sexta-feira, novembro 18, 2011

Antibiótico

23:23.
Eis que a superstição popular, tola e pobre o fez viajar em meus sentimentos confusos. Confusos por não saber a hora de parar ou de prosseguir. Se ao menos ele fosse sensível o suficiente para ouvir o que seu Deus gostaria que ele ouvisse nesse momento... ah... Mas ele sabe bem o que Ele diria! Diria que quanto mais se avanço, quanto mais se insiste e quanto mais se deseja, mais se morre. Sim, morte. Porque quando o ar começa a faltar e quando não mais se sente os pés no chão é o início de uma das várias mortes que temos ao longo da vida.
E quando ele resolveu querer interferir no curso natural das coisas, pôde ter certeza, estava em estado terminal. Não aguentava mais saber que estava sendo consumido por aquela doença, a qual recusava dar qualquer tipo de nome. E o pior era sabe que sua cura existia e estava junto dele dia e noite, mas de nada adiantava. Estava morrendo mais uma vez, e clamando por forças externas (e extremas) por ajuda! Mas, covarde que era, tinha medo de colocar tudo a perder, inclusive sua cura.
A cura. Ah! A cura!! Estava lá, mas ele não podia tocá-la, não podia se curar. Temia que quando tocasse aquilo que acreditava ser sua cura o efeito fosse contrário e  acelerasse o processo de deterioração de suas vísceras.
Melhor morrer aos poucos do que decepcionado.